Jazida de Cobre Salobo 3A E 4A, Serra dos Carajás, Pará.

sábado, 10 de setembro de 2016

Localização


A jazida de cobre do Salobo 3A faz parte da Província Mineral de Carajás. Em linha reta, situa-se a 165 km da cidade de Marabá e a 520 km da capital Belém.


Localização da jazida de cobre Salobo 3A e 4A.

Mineralizações


O minério de cobre existente no Salobo foi dividido em duas categorias: minério sulfetado e minério alterado.

Minério Sulfetado

A mineralização predominante é do tipo disseminado, sendo bornita e calcocita os sulfetos de cobre mais comuns, seguidos por calcopirita. Esta tem uma tendência para ocorrer em maior quantidade no sentido do contato Xisto-Gnaisse Inferior e em minério com olivina. Molibdenita ocorre como plaquetas muito finas, normalmente associada aos níveis mineralizados a cobre. Em quantidades reduzidas há covelita, digenita, Co-pentlandita, saflorita, pirrotita e pirita. Associados à mineralização cuprífera ocorrem quantidades significativas de ouro e prata.


Minério Alterado

Assim denominado devido à forma de ocorrência do cobre nas rochas alteradas. Minerais secundários de cobre, típicos de zonas de oxidação, como malaquita, azurita, crisocola, etc. ocorrem em pequenas quantidades. A maior maior parte do cobre no minério alterado está associado a goethita-limonita, argilas e micas.

Reservas


Para o minério sulfetado foram utilizadas duas classes de teores:
  • Minério de alto teor, com média de 1,30% de Cu, e corte de, aproximadamente, 0,8%.
  • Minério de baixo teor, com média de 0,48% de Cu, e corte de, aproximadamente, 0,3% a 0,8%.

As reservas calculadas no Salobo 3A somam 1,13 bilhões de toneladas de minério a 0,85% de Cu, com Au, Mo e Ag associados. No Salobo 4A as reservas são de 63 milhões de toneladas a 0,5% de Cu. As zonas mineralizadas permanecem em aberto em profundidade e lateralmente.

Beneficiamento


Rocha sulfetada

Os estudos preliminares realizados indicaram que a rocha era extremamente dura. Decidiu-se direcionar o estudo no sentido de reduzir o custo de moagem, tendo-se optado por fazê-la por etapas: uma primeira moagem relativamente grosseira, que garantisse, depois do primeiro estágio de flotação, uma elevada recuperação, com a obtenção de um concentrado de teor ainda baixo e, em seguida, uma remoagem destes concentrados abaixo de sua malha de liberação.


O minério é moído e, em seguida,  submetido ao estágio de flotação rougher, que é feito em duas etapas: na primeira se obtém um concentrado de baixo teor (16% Cu) com o uso de apenas coletor (amil xantato de potássio) e espumante (éter metílico de polipropileno glicol). Este concentrado alimenta um circuito de limpeza sem necessidade de remoagem e produz, depois de 3 estágios, um concentrado final com aproximadamente 46% Cu e representando 50% do cobre inicial. O rejeito do primeiro estágio rougher é condicionado com uma quantidade suplementar de coletor, espumante e um promotor (di isoamil ditiofosfato de sódio) para auxiliar o coletor. Em seguida é realizada a segunda etapa de flotação rougher. Obtêm-se um concentrado contendo em torno de 2% Cu que é remoído e submetido a outro circuito de limpeza. Após 2 estágios, obtêm-se um concentrado com teor de aproximadamente 25% Cu que reunido ao concentrado do primeiro circuito, resulta num produto com teor próximo de 40% e recuperação metalúrgica em torno de 85%. O concentrado final contém ainda teores economicamente interessantes em Mo, Au e Ag. 

Rocha alterada

Neste tipo de rocha utiliza-se a lixiviação em pilha. A técnica consiste basicamente em aglomeração prévia e cura com ácido sulfúrico concentrado e lixiviação com soluções diluídas em ácido sulfúrico e sulfato férrico, este derivado do ataque do ácido aos minerais portadores de ferro.